Poeta costumava dizer que a literatura caiu com gravidade, naquilo que ele sabia fazer. O escritor conta no episódio dessa semana do podcast “Conversas Imortais” que a sua relação com a vida é mais profunda.
Cony relata que quando começou a falar tinha dificuldade de se comunicar, e até teve que colocar pedras na boca para destravar a língua:
“Eu não sou nostálgico, mas muito melancólico.”
O escritor conta que seu primeiro romance, foi elogiado por um editor pela força literária.
- Ele disse: “olha, eu senti muita força. Você pode me dar um livro por ano, que eu publico.” Realmente, eu fiz um livro por ano, não exatamente dez romances, mas durante dez anos, eu dei a ele mais de dez livros, dei nove romances e três livros de crônicas e um livro sobre Chaplin.
No período do golpe de 64, o Acadêmico foi preso várias vezes, tendo que se exilar na Europa e em Cuba. ele diz que muita gente não tem estrutura para aguentar uma prisão.
“Verdade seja dita: eu tenho amigos, conheço pessoas de altíssima qualidade, altíssimo caráter, mas não tem estrutura para aguentar uma prisão”.
Ele comenta sua surpresa ao entrar para a Academia Brasileira de Letras.
“Tinha uma coisa na Academia que me afastava. Eu não tenho perfil acadêmico, minha cabeça é muito desorganizada. Vários amigos meus sondavam, me convidavam e me telefonavam quando surgia uma vaga. Eu posso dizer o seguinte, eu subestimava a Academia, achava que era um ambiente um pouco parado. Tinha uma noção no fundo vulgar, mas uma vez aqui dentro eu tive surpresas, todas elas maravilhosas, homens de grande cultura.”
Na Academia, descobriu que os membros tinham uma preocupação muito grande de cultuar pessoas que não pertenciam àquele ambiente.
“Nas nossas seções, falávamos não só de ex Acadêmicos, mas também de pessoas não acadêmicas.”
O episódio na íntegra está no canal do Youtube da ABL, pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=1ZpmyHzvWRU&list=PLTiS_hpoRW5iQY-H9kOBgUGJBSy1191cW&index=4
21/11/2024