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Artigos

  • Entre escolhas e brigas

    Folha de S. Paulo (São Paulo), em 07/04/2006

    Uma das tarefas mais difíceis de um presidente é a luta diária para manter a coesão do governo. É de hoje e é de sempre. Briga de ministros é diária, com direito a notas para colunistas, onde a guerra se torna oculta e mais clara.

  • PMDB, 40 anos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/03/2006

    Sem liberdade , não há democracia, e esta não funciona sem partidos. A história dos partidos políticos é lenta, mas foram eles o grande instrumento de estabilidade dos governos. Repito a definição clássica de que, numa sociedade pluralista e aberta, constituída de grupos de pressão, o partido político é classificado como um destes, diferenciado dos outros porque, em vez de influenciar o poder, ele quer exercer o poder. No Brasil, talvez pela sua dimensão, de realidades regionais diferenciadas, nunca tivemos uma tradição de partidos políticos. Nosso modelo foi mais de facções estaduais que se reúnem a nível nacional em termos de governo e oposição. Assim foi no Império, na República e é até hoje. Por isso, quando um partido político em nosso país completa 40 anos, é um feito significativo para as instituições.

  • Os cisnes e a solidariedade

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/03/2006

    Há alguns anos, participei, em Querétaro, no México, de uma reunião de ex-presidentes para fazermos uma reflexão sobre os problemas do futuro da humanidade. Nossa visão era a de que o final da Guerra Fria, com a queda do Muro de Berlim, abria um horizonte de um grande e definitivo período de paz em termos globais, embora permanecessem os conflitos regionais, muitos deles graves e desestabilizadores.

  • Vinte anos de cruzado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/03/2006

    Em 28 de fevereiro de 1986, eu, como presidente da República, editava o que se passou a chamar de o Plano Cruzado. Ele foi uma marca na história recente de nossa economia e tão desafiador que sobre ele já existe uma grande bibliografia, com alguns livros importantes, que servem para compreender esse tempo de nossa história econômica. Continua, 20 anos depois, a ser tema de debate e de controvérsia, tanto assim que o economista Edmar Bacha, em entrevista à Folha, com a reconhecida isenção de suas convicções tucanas e um dos autores do Plano, o renega e o responsabiliza pelo custo de dez anos de desestabilização da economia brasileira, que terminou, pelos seus cálculos, em 28 de fevereiro de 1996. Exatamente no dia em um jornal de São Paulo publicava uma grande fotografia: "Chega de enchente - Blá, Blá e nós, Glub, Glub". Eis a data mágica. Do mesmo modo como a Queda de Constantinopla marcou o fim da Idade Média, em 1453.

  • O passar dos anos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/12/2005

    É difícil fugir a um tema quando ele se impõe avassalador. Pensei em escrever sobre flores ou sobre a Bolívia e seu labirinto. Logo 2006 chegou à minha frente e não tive como afastá-lo.

  • O menino Jesus de minha aldeia

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/12/2005

    "Num meio dia de Primavera / Tive um sonho como uma fotografia / Vi Jesus descer à terra. /... / Tinha fugido do céu". É assim que Fernando Pessoa começa o seu poema sobre o Menino Jesus, que convivia com ele na sua aldeia, correndo campos e colinas. Tinha fugido do céu. Lá tudo era muito solene e sempre havia o desejo de que ele se tornasse homem e o colocassem numa cruz com uma coroa de espinhos.

  • Um terremoto que não valeu

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/12/2005

    O ano político já foi. No balanço, pesam mais as denúncias e revelações do que os resultados concretos. Ainda estamos no terreno de conclusões e ambigüidades. Sob pressão da sociedade, foram entregues duas cabeças aos tigres.

  • Um complicador a mais

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/12/2005

    Mais uma vez volto a falar na reforma partidária - e cada vez tenho vontade de falar mais. Duas reformas são tratadas de maneira retórica, porque ninguém deseja realmente fazê-las: a reforma política e a reforma administrativa.

  • Iguaçú e Iguazú

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/12/2005

    Em Iguaçu, demos o primeiro arranco. Em Iguazú, 20 anos depois, celebramos os resultados.Diz a sabedoria popular que as semanas passam muito devagar e que os anos correm mais rapidamente que as águas do vertedouro de Itaipu.

  • Só dá topada quem anda

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/11/2005

    Outro dia , eu disse que a política é uma guerra -à repórter que me perguntou a respeito da pressão que estão exercendo sobre o ministro Palocci, transpondo a luta paroquial de Ribeirão Preto para o plano federal.

  • Só da topada quem anda

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/11/2005

    Outro dia , eu disse que a política é uma guerra -à repórter que me perguntou a respeito da pressão que estão exercendo sobre o ministro Palocci, transpondo a luta paroquial de Ribeirão Preto para o plano federal.

  • Salve-se o Mercosul

    Diário do Comércio (São Paulo), em 22/11/2005

    Os presidentes José Sarney, pelo Brasil, e Raúl Alfonsín, pela Argentina, deram vigoroso impulso ao Mercosul. Na fase cálida das duas presidências, o Mercosul deu a impressão de que iria constituir-se numa réplica do Mercado Comum Europeu, que resultou na União Européia. Não se cogitava e não se supunha as singularidades da política latino-americana. Mas o Mercosul foi poupado até agora e continuará sendo, assim esperamos, para se solidificar num organismo capaz de impor uma efetiva União, com um número de países-membros ainda maior.

  • Gibraltar e a crise do "Mensalão"

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/11/2005

    O que mais tenho ouvido, e constitui um tema de comemoração e de ufanismo, é o fato de que a crise política brasileira, profunda e esparramada, não conseguiu abalar as estruturas do regime, não existem ameaças institucionais e, como conseqüência, a economia mantêm-se firme como as colunas naturais do rochedo de Gibraltar, que desapareceram como de Hércules, colosso e maravilha, limites do mundo.

  • Minha comadre Nazareth

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 11/11/2005

    Em 1961 , eu estava na ONU, na delegação brasileira presidida por Afonso Arinos de Melo Franco e composta por Gilberto Amado, Antonio Houaiss, Araújo Castro, Guerreiro Ramos, Josué de Castro e outros.

  • Como não ter raiva

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/10/2005

    Lourival Batista, um estreito amigo e experimentado político de Sergipe, sempre me dava um conselho, que era um pouco inútil, uma vez que eu já praticava esse comportamento: "Não tenha raiva, dá erisipela". Ele, também, no exercício de vários mandatos de senador, fazia uma campanha indormida contra o tabagismo e incluía entre os males associados ao tabagismo ser irascível. Quando viajava, seu hobby no avião, em tempos em que ainda se fumava no avião, era dirigir-se às senhoras que estavam fumando, pedir licença e dizer: "Minha senhora, não fume, a senhora é tão bonita; e fumar provoca rugas e raiva, e ter raiva dá erisipela".