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Campanhas sujas
A nova legislação eleitoral proibiu a colocação de cartazes em paredes e postes, que deixava toneladas de lixo para as prefeituras depois de cada eleição.
A nova legislação eleitoral proibiu a colocação de cartazes em paredes e postes, que deixava toneladas de lixo para as prefeituras depois de cada eleição.
Seguindo sua história e sua formação, a humanidade vive em permanente mudança. É o ser vivo de James Lovelock, a Gaia que vive palpitando, morrendo e nascendo. Reage e interage conforme o tempo e a circunstância.
Antigamente, as discussões políticas eram mais suaves. Dom Pedro 2º machucou-se numa viagem à Europa e, na volta, desembarcou de muletas. Os jornais noticiaram a recuperação do imperador, mas um deles, graças a esses antigos pastéis de imprensa, trocou um detalhe importante. A prova de sua recuperação, dizia a notícia, era que Sua Majestade já estava andando, sustentado por duas “muletas”. Pois, não é que em vez de “muletas” a notícia informava que o imperador saíra apoiado em duas “mulatas”! Foi o bastante para que se ameaçasse a liberdade de imprensa e que a discussão se resumisse a saber se o erro fora intencional ou não.
O PADRE IVES D'Evreux escreveu um livro, "Voyage au Nord du Brésil" (1615), que se escondeu durante 220 anos, num único exemplar, que tinha sido oferecido a Luís 13, e dormia desconhecido na Biblioteca de Paris, onde foi descoberto por Ferdinand Denis em 1835. Recentemente, apareceu um outro exemplar da obra na New York University.
SOU DOS POUCOS que acreditaram em você. Acho que não só os meninos devem escrever-lhe. Os velhos têm brinquedos a pedir, sonhos envoltos em chaminés e cegonhas. Mas esta é uma carta de lembrança. E, como todas as cartas de amor, devem rasgar-se.
REPITO, o desenvolvimento tem três aspectos: o econômico, o social e o político. É neste que reside o perigo brasileiro.
NOVA YORK - Pela primeira vez chego aos EUA - para o lançamento do meu romance Saraminda aqui e participar da 7ª Conferência Latino-Americana - e não encontro o costumeiro catastrofismo de sempre, comum entre gregos e troianos, sobre o Brasil e as desgraças que pesavam sobre nós. As perguntas que nos fazem, hoje, são diferentes de outrora, e falam surpresos sobre os bons ventos da economia, a profundidade da liderança do presidente Lula e a tranqüilidade social, sem riscos de ruptura institucional, em contraste com o que ocorre com outros países da América do Sul.
ESTIVE em Fortaleza para uma feira de livro. Revivi lembranças do Ceará, principalmente da mocidade, nos Congressos de Escritores e de Poesia, no Grupo Clã e com velhos amigos intelectuais -muitos já se foram.
"Para que a Venezuela está se armando?". Esta é pergunta que está na cabeça de cada um de nós e constitui um enigma que ninguém responde nem entende.
SE HÁ UM POVO sofrido é o curdo. A história não tem sido generosa com eles. Seu sofrimento é milenar. Agora, uma vez mais, eles estão no meio de um massacre. Pelo que eles lutam há séculos? Por uma nação independente, que se chamaria Curdistão.
SÃO LUÍS do Maranhão, uma das cidades mais antigas do país e onde está preservado o maior conjunto da arquitetura colonial portuguesa, tinha no teatro uma devoção cultural. Basta dizer que a igreja de Nossa Senhora da Luz foi inaugurada, em 1617, com uma representação teatral, diálogos compostos pelo padre Luís Figueira, um dos mártires jesuítas da evangelização da Amazônia.
NOS ESTADOS Unidos, a Corte Suprema cumpriu função extraordinária para a harmonia e a estruturação da sociedade americana. Ela consolidou a Constituição interpretando o seu espírito. Foi assim no caso dos direitos civis, no acesso dos negros às escolas. Na ausência da lei, ela cumpriu sua parte. Não estou defendendo que o STF assuma o poder de legislar, mas, já que entrou para fazer avançar a reforma política que o Congresso não fez, deve prosseguir em outros temas.
O sentimento mais profundo do homem é o desejo de imortalidade. Para alcançá-lo, construiu a esperança na imortalidade da alma.
O Oriente Médio toma uma direção nunca esperada por nenhum dos planejadores da Guerra do Iraque. Até hoje ninguém sabe exatamente as motivações que levaram ao conflito. Bush justificou-as como a necessidade de uma guerra contra o terrorismo, a existência de armas de destruição em massa, químicas, atômicas ou seja lá o que fosse. Essa versão não resistiu dois meses e restou a de que era mesmo uma birra de família porque - expressão do presidente dos EUA - "Saddam quis matar papai". A doutrina Rumsfeld da guerra preventiva também ruiu por terra porque, se a versão da existência das armas não era verdadeira, a tal prevenção também não era.
Chávez proibiu Papai Noel de entrar na Venezuela. É o que dizem os jornais. O argumento é que se trata de um agente americano disfarçado num velhinho de barbas brancas e cara de bondoso para matar os costumes populares venezuelanos, tão bem descritos por Rómulo Gallegos em sua espetacular obra, na qual recordo as coplas de Cantaclaro e a saga de Doña Bárbara, la bonguera.