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João Ubaldo Ribeiro é tema do sétimo episódio do podcast da ABL

 

Romancista, professor e cronista, João Ubaldo Ribeiro ficou conhecido por retratar com humor e profundidade a sociedade brasileira, fazendo da rotina a matéria-prima de sua produção literária.

Para ele, a escrita era um ofício como qualquer outro, que demandava mais dedicação do que inspiração.

No episódio desta semana do podcast “Conversas Imortais", Ubaldo conta que aprendeu a ler em um dia.

“Eu gostava de ler, sempre li muito rápido. Aprendi a ler praticamente em um dia só. Na escola, me deram uma cartilha de cordel com as letrinhas, e eu me lembro quando cheguei em casa soletrando”.

Ele afirma que estabelecia com o livro uma relação similar à de um filho:

“Eu costumo dizer que livro é como se fosse um filho: você gosta de todos, claro que são diferentes entre si, mas você tem carinho por todos”.

Por fim, Ubaldo confessa que era um escritor calouro e “extremamente proveniente de temperamento".

Eleito para a cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras em 1994, o romancista lembra que a Academia passou por uma reestruturação, que teve como um dos seus objetivos ampliar seu acesso ao público.

“A Academia tem passado por grandes transformações recentes. O perfil do patrimônio da Academia mudou, dispõe de mais recursos e iniciou um processo não só de reforma física, como de aproximação com a comunidade. Na gestão de Nélida Piñon, a Academia se beneficiou das iniciativas que ela tomou, de fazer a ABL mais presente na vida cultural brasileira”.

Ele também afirma que a Academia tem se consolidado cada vez mais como um espaço cultural, mais conhecido, e afirma que a instituição poderia ser considerada um clube.

“A Academia tem aberto os seus salões não só para eventos relacionados com ela mesma, mas para outros tipos de eventos”.

O episódio pode ser escutado na íntegra no canal do Youtube da ABL, pelo link: https://youtu.be/2Wq3Jt0YzYg?si=kR4krB_yElTu6EsF, e nos principais aplicativos de áudio, como Spotify, Amazon Music e Deezer, entre outros.

Sobre o podcast

“Conversas Imortais” compila, em cada episódio, trechos dos depoimentos de vida que os Acadêmicos gravam quando se elegem, que fazem parte do arquivo Múcio Leão. Alguns deles têm mais de quatro horas, que foram editados para 40, 50 minutos, onde se ouve o melhor de cada depoimento daqueles que marcaram a literatura e a cultura no Brasil e se conhece melhor suas influências, opiniões, gostos e até mesmo algumas excentricidades. E aí se entende por que a memória e o legado dessas pessoas continuam imortais.

No episódio anterior, Carlos Heitor Cony afirma que na Academia, descobriu que os membros tinham uma preocupação muito grande de cultuar pessoas que não pertenciam àquele ambiente.

“Tinha uma coisa na Academia que me afastava. Eu não tenho perfil acadêmico, minha cabeça é muito desorganizada. Vários amigos meus sondavam, me convidavam e me telefonavam quando surgia uma vaga. Eu posso dizer o seguinte, eu subestimava a Academia, achava que era um ambiente um pouco parado. Tinha uma noção no fundo vulgar, mas uma vez aqui dentro eu tive surpresas, todas elas maravilhosas, homens de grande cultura.”

28/11/2024