O Rio de Janeiro foi oficialmente nomeado pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, em 2023. A candidatura da cidade recebeu o título de Capital Mundial do Livro em 2025 por sua proposta de promoção da literatura, da leitura e da sustentabilidade no setor editorial.
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"A cidade foi escolhida pelo seu compromisso com a inclusão social e o acesso à leitura, com foco especial nas comunidades periféricas e vulneráveis", indica a embaixadora do Brasil junto à Unesco, Paula Alves de Souza.
Um dos objetivos é incentivar as pessoas, e principalmente os jovens, a ler e tentar frear o fenômeno mundial de queda da leitura. O Brasil lê menos a cada ano que passa. O último levantamento nacional "Retratos da Leitura", divulgado em 2024, apontou que pela primeira vez desde a realização da série histórica, iniciada em 2007, a maioria dos brasileiros (53%) não lê livros.
Literatura em língua portuguesa
A iniciativa mostrará "a contribuição do Brasil na literatura em língua portuguesa", aponta a embaixadora. Para Paula Alves de Souza, o projeto "coloca o Brasil, e particularmente o Rio de Janeiro, como polo criativo de inovação social e reconhece o papel da leitura como espaço de valorização da cultura popular".
O Rio Capital Mundial do Livro "é um marco histórico para o Brasil e para a comunidade lusófona", ressalta a embaixadora, lembrando que o projeto carioca teve o apoio da delegação permanente do Brasil na Unesco e do Instituto Guimarães Rosa, do Itamaraty, e espelha a diplomacia cultural do país.
Paula Alves de Souza acredita que a demora na escolha de uma capital mundial do livro em língua portuguesa se deve "talvez por nós, países de língua portuguesa, não entendermos ainda a importância da língua portuguesa como grande vetor de projeção Internacional", apesar da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Por isso, essa projeção internacional "posiciona o Brasil de forma mais protagonista no cenário Internacional das políticas públicas e é uma oportunidade fundamental de cooperação com os países lusófonos".
Combater a homogeneização da cultura
Para a diplomata, o Rio Capital Mundial do Livro é reflexo do amadurecimento da política cultural brasileira e da sociedade civil, que mostra outras caras, outras manifestações culturais, diferentes dos eternos clichês da praia, do samba e do futebol.
Também é "uma resposta ao desafio de posicionar a língua portuguesa, as suas indústrias criativas, mercado editorial e literatura no mundo de hoje, cada vez mais virtual, em que há uma tendência tão forte em torno de um único idioma, levando a uma espécie de homogeneização da cultura que deve ser combatida sempre", pontua.
Matéria na íntegra: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2025/04/23/rio-capital-mundial-do-livro-e-marco-para-brasil-e-para-lingua-portuguesa-diz-embaixadora.amp.htm
24/04/2025