O escritor Mario Vargas Llosa ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 2010. Na época, a Academia sueca justificou a premiação por sua "cartografia das estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". O peruano morreu neste domingo (13), em Lima, no Peru, aos 89 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Escritor universal a partir da complexa realidade peruana, Vargas Llosa fez parte do chamado "boom" latino-americano junto com outros grandes nomes como o colombiano Gabriel García Márquez, o argentino Julio Cortázar e os mexicanos Carlos Fuentes e Juan Rulfo.
Relembre obras:
1959 - "Os Chefes" (coletânea de contos que retrata conflitos juvenis, autoritarismo e tensões sociais no Peru);
1963 - "A Cidade e Os Cachorros" (expõe a violência e a brutalidade num colégio militar em Lima, refletindo a opressão social do Peru)
1966 - "A Casa Verde" (mescla histórias no deserto peruano e na selva amazônica, abordando miséria, desejo e corrupção);
1967 - "Os Filhotes" (retrata a alta burguesia de Lima, no Peru, com uma narrativa vibrante e nostálgica);
1969 - "Conversa na Catedral" (investiga a corrupção e o desencanto sob a ditadura peruana dos anos 1950);
1974 - "Pantaleão e as visitadoras" (conta a história de um capitão que recebe a missão de criar um serviço de prostitutas para as Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazônica);
1977 - "Tia Júlia e o escrevinhador" (romance de cunho autobiográfico, conta a história de Varguitas, jovem que vive com os avós na Lima dos anos 1950);
1981 - "A Guerra do Fim do Mundo" (a obra reconta a Guerra de Canudos e narra o trágico conflito entre o exército brasileiro e os seguidores de Antônio Conselheiro);
1984 - "História de Mayta" (relato de um tempo de reivindicação violenta dos direitos e desejos dos cidadãos da América Latina. Ocorre em 1958, durante intentona revolucionária trotskista);
1986 - "Quem matou Palomino Molero?" (de forma realista e trágica, Vargas Llosa registra um poderoso mecanismo de corrupção coletiva);
1987 - "O falador" (ficção que contrapõe ambientes opostos — selva e cidade —, demonstrando duas atitudes opostas diante da vida e de seus valores);
1988 - "Elogio da Madrasta" (estabelece o contraponto entre o amor e a inocência ao relatar o envolvimento de uma senhora casada com seu enteado);
1993 - "Lituma nos Andes" (no livro, o cabo Lituma e seu ajudante Tomás se aventuram em uma viagem por um vilarejo desolado na região dos Andes);
1997 - "Os cadernos de Dom Rigoberto" (retrata a arte de amar, retomando os personagens de "Elogio da Madrasta" e narra uma história de paixões e intrigas);
2000 - "A festa do bode (recria a República Dominicana de meados do século XX para recontar a história da ditadura do general Rafael Leonidas Trujillo Molina, que durou 31 anos);
2003 - "O paraíso na outra esquina" (nesta ficção, os personagens procuram fugir de uma sociedade repressora);
2006 - "Travessuras da menina má" (retrata os encontros e desencontros de Ricardo e Lily durante as décadas de 1960, 1970 e 1980 em diferentes partes do mundo);
2010 - "O sonho do celta" (Irlandês, Roger Casement está a serviço do Império Britânico, mas denuncia os abusos e maus-tratos dos colonos e passa a valorizar a liberdade acima de tudo);
2013 - "O Herói discreto" (a obra acompanha dois homens que enfrentam chantagens e dilemas morais no Peru contemporâneo);
2016 - "Cinco esquinas" (retrata como a amizade de duas mulheres se transforma quando as suas ficam sozinhas, na mesma cama, deixam fluir os seus mais reprimidos desejos);
2020 - "Tempos Ásperos" (narra o golpe na Guatemala nos anos 1950, expondo conspirações da Guerra Fria cujos ecos ainda ressoam na América Latina).
Matéria na íntegra: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2025/04/13/morre-mario-vargas-llosa-relembre-obras.ghtml
14/04/2025