
O defensor da democracia
Foi com espírito conciliador e cauteloso que, há exatos 40 anos, José Sarney assumia a Presidência da República o primeiro civil após 21 anos de ditadura militar, iniciando a transição para a democracia
Foi com espírito conciliador e cauteloso que, há exatos 40 anos, José Sarney assumia a Presidência da República o primeiro civil após 21 anos de ditadura militar, iniciando a transição para a democracia
A memória não retém o momento, o clima, a emoção. Depois de amanhã, 15 de março de 2025 é apenas uma data, fonte de tantos julgamentos e versões. O tempo é uma invenção do homem, e as datas redondas nos seduzem a construir o passado. Esta representa 40 Anos de Democracia, que se inicia com a minha posse no cargo de Presidente da República, encerrando o regime militar.
Quando fui Presidente havia três orçamentos: o orçamento fiscal, o das estatais e o do Banco Central. Na verdade, dos três orçamentos, não tínhamos nenhum, pois cada um apresentava um quantitativo diferenciado, como ocorre hoje quando o Ministro Flávio Dino procura o nome do parlamentar autor de emendas ao orçamento, o seu valor e destino e seus objetivos.
Eu muitas vezes, em entrevistas, artigos, disse que, ao longo da vida, nunca tive capacidade de sentir ódio. E isto considero que me fez e faz muito bem. O ódio traz como consequência maior o ressentimento, e este, a amargura, que faz muito mal a nós próprios e deforma o nosso modo de viver.
No Brasil, segundo o IBGE, são 780 mil pessoas com mais de 90 anos; comigo, 780.001, sendo as mulheres a maioria, número que tende a crescer nos próximos anos.
As raízes do Mercosul remontam ao meu primeiro encontro com Raul Alfonsín, em Foz do Iguaçu, novembro de 1985, quando lhe propus que encerrássemos essas equivocadas divergências históricas, que mantinham nossas relações cheias de atrito. Disse-lhe que ninguém podia modificar a geografia
O sonho de Tancredo de assumir a Presidência era uma questão de princípios: unir o país e não deixar que o medo de represálias fosse o combustível da continuidade do autoritarismo
O tempo, como tenho dito, é uma criação do homem. Principalmente as datas redondas. Fui surpreendido quando verifiquei que, no dia 15 de janeiro, daqui a sete dias, completamos 40 anos da minha eleição com Tancredo Neves para a Presidência da República.
A democracia é um regime que é melhor do que os outros porque sobrevive às crises e sabe absorvê-las. O Brasil vive as excelências de um regime democrático, pluralista e aberto
Já entramos no Advento e começamos a ouvir os sinos do Natal — para mim uma festa de alegrias contidas, com o saibo das ausências —, e a minha memória me convida a pensar em Frei Agostinho, a quem ouvia todo domingo, assistindo à sua missa na pequena e modesta Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Uma longa e prolongada salva de palmas explodiu quando o Presidente da COP29 anunciou que tinham chegado a um acordo: 300 bilhões de dólares dos países ricos para financiar medidas destinadas a combater e limitar o aumento do clima no mundo. Mas logo em seguida levantou-se um dos delegados — eram três horas da manhã — e disse: "Estes aplausos não são para este vergonhoso acordo, mas sim porque o Sr. Presidente anunciou que está encerrada esta fracassada Conferência."
O Presidente Lula marcou um gol olímpico com a realização no Brasil da Cúpula do G2O. Antes da Cúpula, a reunião do G20 Social foi um sucesso, com a extensão dos objetivos do Grupo para enfrentar os problemas sociais e, para isso, conseguiu mesmo que se realizasse um evento paralelo com representantes de líderes de movimentos populares, tendo como foco o problema da fome, produzindo um documento para ser entregue à Troika, formada pelo atual presidente (Brasil, 2024), pelo ex-presidente (Índia, 2023) e pelo futuro presidente (África do Sul, 2025), conforme organização da Governança do Grupo.
Quem possui muitos livros e tem o hábito de, à noite, visitá-los, percorrendo as estantes para encontrar determinado título, aprende que os livros são danados para "andar". É que quem gosta de livro e vai durante a noite atrás de um específico na estante, ao se deparar com outro que atrai sua atenção, coloca este fora da prateleira para no dia seguinte buscá-lo. E começa a fazer isso com tantos que esquece o lugar onde cada um estava. Assim ao encontrar determinado livro fora do seu lugar fica com a impressão de que ele caminhou.
Paulo Brossard nasceu em 1924. No dia 23 de outubro ocorreu seu centenário. Esta é uma data que marca o momento de relembrar sua vida gloriosa, pelo que serviu ao Brasil, e homenagear a memória de um dos maiores políticos e oradores de nossa história parlamentar.
Odylo foi o maior jornalista do seu tempo. Ele não se esgotou no que escrevia, mas modernizou o conteúdo e a forma da imprensa, quando editou o Jornal do Brasil e promoveu uma revolução que logo viralizou (para usar uma expressão de hoje), como com Pompeu de Souza, no Diário Carioca.